Gestão por Processos: fortalecendo os elos da Pesquisa Clínica no Brasil

Nesta última semana a equipe da Polo BPM ficou dedicada a eventos sobre pesquisa clínica e inovação em saúde:

  • “Ética e Pesquisa em Seres Humanos: Normas e Procedimentos” na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP;
  • “Ciência Tecnologia e Inovação 2017”  do Ministério da Saúde – onde conduzi uma roda de conversa sobre BPM e Gestão de Pesquisa Clínica – veja aqui a apresentação; e
  • “Clinical Research in Brazil: not for beginners” promovido e realizado pela Faculdade de Medicina de Botucatu e seu Programa de Pós-graduação em Pesquisa Clínica.

No decorrer das falas dos participantes em todos os eventos, a palavra “PROCESSOS” foi pronunciada inúmeras vezes e me chamou bastante a atenção o reconhecimento da relevância deste tema para o avanço da pesquisa clínica e das inovações em saúde.
Faço aqui um resumo do entendimento de como BPM (Business Process Management) pode ajudar neste ambiente em que o número de pesquisas nacionais e internacionais cresce juntamente com o aumento da exigência por mais qualidade, segurança e agilidade regulatória.

 

Os atores

Primeiro é preciso entender, de forma sucinta, os atores envolvidos na pesquisa clínica:

  • Proponente: aquele que busca desenvolver um novo estudo clínico, podendo estar vinculado a uma indústria nacional ou multinacional, ou ainda a um centro de pesquisa público ou privado, geralmente representado por universidades ou hospitais e clínicas;
  • Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): Agência pública responsável pela avaliação, aprovação e vigilância sanitária das pesquisas realizadas no Brasil;
  • Sistema CEP/Conep (Comitê de Ética em Pesquisa e Comissão Nacional de Ética em Pesquisa): responsável pela aprovação ética da pesquisa, tendo na Conep a centralização da avaliação de pesquisas nas áreas temáticas e análises especiais e a descentralização nos vários CEPs;
  • Centro de Pesquisa: instituição que vai conduzir a pesquisa e realizar a coleta de dados junto aos participantes.

 

Os desafios

Entender, melhorar e gerenciar processos foi uma necessidade apontada para cada um desses atores internamente e na interação entre eles, especificamente nos seguintes pontos:

  • Melhorar os processos da Anvisa e CEP/Conep para avaliação de pesquisa (embora já venham realizando esforços que apresentam sensível melhora nos tempos de resposta);
  • Melhorar os processos dos centros de pesquisa para que respondam mais rapidamente a pendências do sistema regulador e estejam preparados para iniciar a condução das pesquisas quando da sua aprovação;
  • Necessidade de o proponente conhecer os processos de submissão e aprovação regulatória nacional;
  • Necessidade de o proponente na filial nacional (quando for o caso) entender os processos de P&D da matriz global para poder responder mais rapidamente a pendências regulatórias nacionais;
  • Otimizar o processo de relacionamento entre entidades públicas e privadas para minimizar a lentidão e burocracia;
  • Ter uma plataforma computacional que controle os processos. Hoje a Plataforma Brasil, sistema de controle de aprovação ética, não atende por completo as necessidades dos atores, faltando, além de melhora na usabilidade, integração com Anvisa e geração de relatórios, por exemplo.
  • Além disso, uma nova necessidade foi apresentada pelos envolvidos no setor: a criação de uma ferramenta de gestão dos processos do centro de pesquisa adaptada à realidade brasileira e que faça gestão dos processos sob o ponto de vista do centro, reforçando o valor e a inovação da Polo Trial, sistema de gestão de centros de pesquisa, na área da pesquisa clínica no Brasil com transformação digital.

Embora não dito explicitamente, adiciono a esta lista a necessidade de se entender, difundir e melhorar o processo de ponta a ponta (desde a necessidade até a plena satisfação de uma demanda) ou seja, desde a intenção da condução de uma nova pesquisa no Brasil, submissão, resolução de pendências, aprovação, início, condução até sua completa finalização.

BPM: fortalecendo a cadeia

Assim, fica claro que BPM é uma disciplina chave para a Gestão de Pesquisa Clínica e que deve ir além de ‘apenas’ o mapeamento de processos difusão de seus conceitos, técnicas e práticas para a gestão do dia a dia.
O Brasil precisa se preparar para atender a uma crescente demanda internacional E NACIONAL (com a melhoria da qualidade de universidades, pesquisadores e centros de pesquisa) por desenvolvimento, teste e incorporação de novas tecnologias em saúde. Para que isto ocorra, é preciso fortalecer cada elo desta corrente, capacitando pessoas, conhecendo, analisando e propondo melhorias nos processos e no relacionamento entre eles.
Este é um momento de grandes transformações e crescimento no cenário da pesquisa clínica no Brasil e aprimorar a qualidade, performance e credibilidades da sua organização é fundamental. A Polo BPM busca contribuir com isso por meio de consultoria e treinamento em Gestão por Processos e com a plataforma Polo Trial. Seja parte desta mudança!

Em qual parte deste elo você está? Qual a sua dor? Comente e nos ajude a discutir este tema!

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Polo BPM na Fenasucro: importância da Gestão por Processos

Fenasucro 2017

Aconteceu no interior do Estado de São Paulo dos dias 22 a 25 de agosto de 2017 a 25° Fenasucro & Agrocana 2017. A feira também contemplou o 17° encontro de produtores de cana de açúcar. O evento movimentou toda a cadeia produtiva do setor sucroenergético. Trouxe ainda expositores de equipamentos, técnicos, prestadores de serviços entre outros profissionais para apresentarem suas soluções. O evento foi um sucesso de público e serviu de vitrine para demonstrar a força do agronegócio no Estado.

 

Gestão por Processos (BPM) e o setor sucroenergético

A Polo BPM foi convidada pela Orplana (Organização  de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) para apresentar os benefícios da gestão por processos aplicadas ao setor. Foi apresentado o papel cada vez mais notório das Startups do Agro, também chamadas de Agritechs ou AgTechs, no Brasil e no mundo. A disciplina de BPM foi apontada como uma abordagem de gestão muito valiosa para o controle de processos ponta a ponta. Ademais, o momento de transformação digital vem revolucionando os negócios e todas as evoluções tecnológicas precisam ser consideradas para o sucesso dentro e fora da propriedade rural.

 

Solução: mapeamento de processos e automação

Os consultores Luiz Brito e Emerson Aredes apresentaram a solução da Polo BPM voltada para o diagnóstico e a automação de processos. A atuação consiste em definir a estratégia do negócio, desenvolver arquitetura de processos, mapear processos, propor as transformações e automatizá-los com base em soluções BPMS. Tais soluções direcionam a uma maior produtividade, redução de custos, redução de desperdícios e habilita a conquista de certificações.

Para obter os slides da apresentação realizada no evento clique aqui.

Caso tenha alguma dúvida nos termos utilizados basta acessar nossa página FAQ.

Para saber mais sobre as soluções da Polo BPM  entre em contato e agende uma visita.

 


 

Você deveria reforçar os conceitos de BPM antes de se dedicar 100% ao Digital Transformation

tempo de leitura: 5 minutos
Transformação Digital é um tema fascinante e atraente. Quanto mais mergulhamos nele, mais intensa fica a certeza de que seus preceitos são reais, estão acontecendo agora, e certamente irá se consolidar e crescer ainda mais no futuro. Pois bem. É impressionante (e até positivo) como este tema dominou a comunidade de Gestão por Processos de Negócios (BPM), sobretudo no Brasil, e vem sendo endossada por pessoas importantes da rede. Muitos inclusive estão migrando 100% para o ‘Transformation’ e arrastando consigo mentes e corações para um mundo novo ainda em construção.
Ok! O ponto da discussão trazido aqui é que BPM, em determinadas circunstâncias que encontramos, tem sido posto de lado e de forma sutil chega até a ser tratada como assunto distinto da Transformação Digital. Justamente para aproveitar uma comunidade tão viva como a de BPM para propagar ideias do tipo: existe algo maior, melhor, mais complexo, uma mudança radical sem precedentes e que demanda novos olhares, novos gurus ou novas linhas de portfólio para projetos de consultorias. Quem sabe venha por aí também novas certificações e associações profissionais para suprir toda uma onda na qual você, estudante e praticante de BPM, não está atento ou apto à compreender caso não mergulhe/consuma/propague estas ideias (?).
A discussão ficará em aberto por hora. Antes disso tudo, vamos retomar o básico. Ao bom e velho BPM… ops! Ao bom e jovem BPM! E entender porque ainda temos tanto à contribuir com as vidas das pessoas e organizações reforçando e ampliando o conhecimento sobre esta disciplina.

As premissas de BPM são fortes o suficiente para compreender a Transformação Digital

Foco do cliente, ponta-a-ponta, automação, melhoria, disrupção, implementação da estratégia, agilidade, responsividade ao ambiente externo, visão de negócio, entre outros. BPM não é uma moda, não é passageira e não sucumbirá frente a outros temas. BPM reforça o que há de positivo na evolução de todas as abordagens e disciplinas de gestão: em marketing, em gestão de pessoas, em gerenciamento de projetos, em produção, em estratégia, em tecnologia e, certamente, em Transformação Digital.

Temos muito a aprender, explorar, testar e integrar com BPM

Cada premissa posta acima representa um mundo a ser estudado e aplicado. Surpreende a falta que fazem na gestão das organizações. Usando o Brasil como exemplo, temos um potencial enorme de ‘transformação’ usando exclusivamente do básico. Que bom seria se as organizações públicas e privadas por aqui entendessem o que é Foco do Cliente e respeitassem o dinheiro que entregamos a elas acreditando que fossem cumprir um acordo de nível de serviço honesto. Que bom seria ter serviços de saneamento básico, luz, água e internet para todos os brasileiros com gestão efetiva ponta-a-ponta. Portanto, Transformação Digital, seja bem-vinda. A sociedade precisa de você. E precisa do básico também.

Comparativamente a Projetos, Lean, BSC, etc, o mundo ainda não sabe o que é BPM

Certo, deixa eu explicar esta afirmação propondo algumas atividades. Primeiro: faça uma pesquisa entre seus pares de trabalho, professores e gestores conhecidos sobre o que é, em linhas gerais, “BPM”. Pergunte também, em linhas gerais, o que é Lean, Gerenciamento de Projetos ou BSC. Ouça com atenção as resposta e reflita se BPM já alcançou um patamar desejável de propagação, mesmo dentro do seu círculo de influência. Segundo: entre no Linked-In e faça uma busca por palavras chaves como BPM, CBPP, Ms.c + BPM, Ds.c + BPM e repita o processo usando de palavras chaves como PMP, BSC, Black/Green/White Belt. Terceiro: entre no site da Amazon e busque em abas separadas por: BPM + Management, Project Management, Lean + Management e compare os resultados. Estas buscas rápidas são reveladoras. E, dado o que foi dito no tópico acima, tornar o Transformation como linha mestre de desenvolvimento profissional é partir para um desbravamento intenso deixando para trás muita terra boa a ser explorada.

Conclusão

Não é uma questão de melhor ou pior, mais novo ou mais velho e muito menos de mais importante ou menos importante. Um profissional de processos precisa de uma série de competências a serem desenvolvidas ao longo da sua jornada. Transformação Digital acredito fazer parte. Porém, sendo que recursos são escassos e precisam ser alocados com inteligência, fica uma mensagem de que BPM está forte, pulsando e demandando energia, mentes e corações até o ponto que sentiremos todos os benefícios desta abordagem de gestão.

Autor: Luiz Ricardo Brito Ribeiro

Economista de formação e profissional especializado em Gestão por Processos (BPM) e Projetos. É consultor na Polo BPM e vem atuando junto aos gestores nas transformações organizacionais necessárias para um mundo mais conectado, dinâmico e centrado na geração de valor .