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Transformação Digital é um tema fascinante e atraente. Quanto mais mergulhamos nele, mais intensa fica a certeza de que seus preceitos são reais, estão acontecendo agora, e certamente irá se consolidar e crescer ainda mais no futuro. Pois bem. É impressionante (e até positivo) como este tema dominou a comunidade de Gestão por Processos de Negócios (BPM), sobretudo no Brasil, e vem sendo endossada por pessoas importantes da rede. Muitos inclusive estão migrando 100% para o ‘Transformation’ e arrastando consigo mentes e corações para um mundo novo ainda em construção.
Ok! O ponto da discussão trazido aqui é que BPM, em determinadas circunstâncias que encontramos, tem sido posto de lado e de forma sutil chega até a ser tratada como assunto distinto da Transformação Digital. Justamente para aproveitar uma comunidade tão viva como a de BPM para propagar ideias do tipo: existe algo maior, melhor, mais complexo, uma mudança radical sem precedentes e que demanda novos olhares, novos gurus ou novas linhas de portfólio para projetos de consultorias. Quem sabe venha por aí também novas certificações e associações profissionais para suprir toda uma onda na qual você, estudante e praticante de BPM, não está atento ou apto à compreender caso não mergulhe/consuma/propague estas ideias (?).
A discussão ficará em aberto por hora. Antes disso tudo, vamos retomar o básico. Ao bom e velho BPM… ops! Ao bom e jovem BPM! E entender porque ainda temos tanto à contribuir com as vidas das pessoas e organizações reforçando e ampliando o conhecimento sobre esta disciplina.
As premissas de BPM são fortes o suficiente para compreender a Transformação Digital
Foco do cliente, ponta-a-ponta, automação, melhoria, disrupção, implementação da estratégia, agilidade, responsividade ao ambiente externo, visão de negócio, entre outros. BPM não é uma moda, não é passageira e não sucumbirá frente a outros temas. BPM reforça o que há de positivo na evolução de todas as abordagens e disciplinas de gestão: em marketing, em gestão de pessoas, em gerenciamento de projetos, em produção, em estratégia, em tecnologia e, certamente, em Transformação Digital.
Temos muito a aprender, explorar, testar e integrar com BPM
Cada premissa posta acima representa um mundo a ser estudado e aplicado. Surpreende a falta que fazem na gestão das organizações. Usando o Brasil como exemplo, temos um potencial enorme de ‘transformação’ usando exclusivamente do básico. Que bom seria se as organizações públicas e privadas por aqui entendessem o que é Foco do Cliente e respeitassem o dinheiro que entregamos a elas acreditando que fossem cumprir um acordo de nível de serviço honesto. Que bom seria ter serviços de saneamento básico, luz, água e internet para todos os brasileiros com gestão efetiva ponta-a-ponta. Portanto, Transformação Digital, seja bem-vinda. A sociedade precisa de você. E precisa do básico também.
Comparativamente a Projetos, Lean, BSC, etc, o mundo ainda não sabe o que é BPM
Certo, deixa eu explicar esta afirmação propondo algumas atividades. Primeiro: faça uma pesquisa entre seus pares de trabalho, professores e gestores conhecidos sobre o que é, em linhas gerais, “BPM”. Pergunte também, em linhas gerais, o que é Lean, Gerenciamento de Projetos ou BSC. Ouça com atenção as resposta e reflita se BPM já alcançou um patamar desejável de propagação, mesmo dentro do seu círculo de influência. Segundo: entre no Linked-In e faça uma busca por palavras chaves como BPM, CBPP, Ms.c + BPM, Ds.c + BPM e repita o processo usando de palavras chaves como PMP, BSC, Black/Green/White Belt. Terceiro: entre no site da Amazon e busque em abas separadas por: BPM + Management, Project Management, Lean + Management e compare os resultados. Estas buscas rápidas são reveladoras. E, dado o que foi dito no tópico acima, tornar o Transformation como linha mestre de desenvolvimento profissional é partir para um desbravamento intenso deixando para trás muita terra boa a ser explorada.
Conclusão
Não é uma questão de melhor ou pior, mais novo ou mais velho e muito menos de mais importante ou menos importante. Um profissional de processos precisa de uma série de competências a serem desenvolvidas ao longo da sua jornada. Transformação Digital acredito fazer parte. Porém, sendo que recursos são escassos e precisam ser alocados com inteligência, fica uma mensagem de que BPM está forte, pulsando e demandando energia, mentes e corações até o ponto que sentiremos todos os benefícios desta abordagem de gestão.
Autor: Luiz Ricardo Brito Ribeiro
Economista de formação e profissional especializado em Gestão por Processos (BPM) e Projetos. É consultor na Polo BPM e vem atuando junto aos gestores nas transformações organizacionais necessárias para um mundo mais conectado, dinâmico e centrado na geração de valor .